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quarta-feira, 15 de março de 2017

Representação da mulher na contemporaneidade- um estudo histórico


Gênero:Expressão cultural de diferenças entre os sexos, constituindo-se pois num produto social, aprendido, representado e transmitido ao longo de gerações.

A psicologia social e a teoria comportamental consideram que as diferenças entre homens e mulheres existem porque, desde tenra idade os meninos e meninas estão habituados a reagirem de maneiras diferentes, e tendem mais a imitar os seus iguais do que os do sexo oposto. Eles podem perceberem essas diferenças comportamentais através de observação e interpretação do meio social.

Os estigmas que homens são mais viris e mulheres mais sensíveis são construídos socialmente e orientados pelos pais das crianças. Um exemplo disso: é mulheres brincarem de casinha e boneca, e homens de carrinho e futebol. Como se a função da mulher fosse somente de cuidar dos filhos e arrumar a casa, e a do homem é estar sempre saindo (seja pro trabalho ou diversão).

Feres- Carneiro (2001) realizou um estudo com homens e mulheres sobre o tema: escolha amorosa, as mulheres descreveram a escolha amorosa como “apaixonada” e como “amor à primeira vista” e definiram casamento como “relação amorosa”, Por outro lado, os homens ressaltaram a “atração física” na escolha amorosa e definiram o casamento como “constituição de família”. Reafirma a questão da subjetividade mais presente no feminismo e a objetividade no masculino, mas tem relação com a questão social pois, a mulher desde a infância lê histórias sobre príncipes encantados e acreditam nelas, enquanto homens são treinados a acreditarem que existem mulheres para casar e outras somente para transar.(Goés,2004)

Existem dois modelos de família um patriarcal onde, o homem era dominante e responsável pelo trabalho e sustentar a família financeiramente. Já a mulher tinha a função de cuidar dos filhos e das tarefas domésticas, ela casava-se virgem.

O novo modelo de família pós-modernos, os papéis não são muito definidos, existem mães solteiras, mulheres que trabalham fora e homens que trabalham em casa, casais homossexuais com filhos adotivos, casais que não desejam terem filhos...As mudanças ocorridas na família são consequências de mudanças externas como: o crescimento da economia, a inserção da mulher no mercado de trabalho, a escolaridade crescente da mulher, os avanços da medicina, permitindo um controle efetivo da função reprodutora; avanços tecnológicos e midiáticos, aumento de direitos sociais à mulher.(Goés, 2004)

Um estudo realizado com mulheres de meia idade independentes financeiramente demonstrou que essas mudanças sociais geraram em algumas mulheres, sentimento de culpa pela dificuldade de conciliação entre os papéis de mãe e dona de casa; e provedora do lar.(Goés,2004)

Com as questões levantadas sobre a transformação da mulher na sociedade percebe-se que o movimento feminista tem grande participação, com este movimento as mulheres puderam ocupar diversos cargos de destaque em universidades, empresas e instituições.



Mas nem sempre foi assim, a história do movimento feminista no Brasil surge no período do Império (1822-1889), onde passou a ser reconhecido o direito à educação da mulher. No período de 1907-19017 com a inserção da mulher no mercado de trabalho, ocorre uma greve geral, e entre as exigências das paralisações, estavam a regularização do trabalho feminino, a jornada de oito horas e a abolição de trabalho noturno para mulheres. No mesmo ano foi aprovada a resolução para salário igualitário para mulheres.(Fahs, 2016)
É fundada então, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, onde os principais objetivos eram a batalha pelo voto e livre acesso das mulheres ao campo de trabalho. Alguns anos depois, em 1932, no governo de Getúlio Vargas, é garantido o direito ao voto e à candidatura das mulheres, conquista que só seria plena na Constituição de 1946.
No período de Ditadura o movimento feminista perde força, mas existem marcos nessa época:  criação da Fundação das Mulheres do Brasil, aprovação da lei do divórcio, e a criação do Movimento Feminino Pela Anistia no ano de 1975. Nos anos 80 foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, que passaria a Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher.
Algumas causas do movimento feminista merecem nossa atenção, como a violência contra a mulher (leia ao texto deste blog), a diferença salarial entre gêneros, pouca inserção feminina no meio político, casos de assédio e preconceito contra a mulher, necessidade de exames preventivos e maior informação, acesso a métodos contraceptivos gratuitos e amamentação em lugares públicos.

Uma grande parte do movimento feminista luta também pela descriminalização do aborto, entendendo que muitas mulheres perdem a vida, submetendo-se a procedimentos clandestinos executados por pessoas que poucas vezes possuem formação profissional adequada para realizá-los.(Fahs,2016)

As mulheres hoje em dia além do preconceito e das dificuldades que passam, tem o desafio de trabalharem e cuidarem do lar. Porque alguns homens ainda consideram que cuidar da casa e dos filhos é “ajudar a mulher”, e outros encaram como obrigação delas.
Amelia Earhart - primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico de avião - 1928
Existem duas correntes uma já foi citada no inicio do texto comportamental/social, acreditam que homem e mulher tem diferenças devido, ao meio que estão inseridos; e a perspectiva da neurobiologia que tem como pressuposto que homens e mulheres tem diferenças cerebrais. De acordo com esta última as diferenças se dão antes do nascimento, ainda na vida intrauterina, causadas por hormônios sexuais pré-natais; esses hormônios, posteriormente, afetam as aptidões.

 Aptidão espacial: mais identificada no sexo masculino, é suprimida pelo estrogênio;
 Aptidão para memória verbal: mais identificada no sexo feminino, devido a reposição hormonal.
Devido a essa alteração hormonal podemos identificar nos indivíduos de sexo masculino uma tendência maior a raciocínios matemáticos. Já os indivíduos do sexo feminino estão mais direcionados a memória verbal e de imagem, facilidade com leitura.(Blasi, 2015)
Para Herculano- Hozel, neurocientista, as diferenças existem mais por fatores sociais, pois o cérebro se modifica de acordo com a estimulação que é lhe fornecida. Se homens desde cedo aprendem matemática poderão desenvolver maior capacidade por cálculos, em contrapartida se mulheres se acostumaram a estudarem ciências sociais serão mais aptas para esta área.
Finalizo com a seguinte frase:

"Quanto mais eu falo de feminismo, mais entendo que lutar pelos direitos das mulheres se tornou, em muitos casos, sinônimo de odiar os homens. Se tenho certeza de uma coisa é que isso tem de acabar. Se homens não precisam ser agressivos para serem aceitos, mulheres não se sentirão obrigadas a serem submissas. Se homens não precisam controlar, mulheres não precisarão ser controladas. Homens e mulheres devem se sentir livres para serem sensíveis. Chegou a hora de vermos o gênero como um espectro no lugar de ideologias opostas."(Emma Watson)
Assista ao vídeo abaixo, e entenda como funciona o feminismo: 

Parabéns a todas as guerreiras pelo Dia Internacional da Mulher!!

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812004000100004
http://www.politize.com.br/movimento-feminista-historia-no-brasil/
http://mundodapsi.com/cerebro-feminino-masculino/