Na clínica de Psicologia
pude me deparar com diversos casais que vivem relações não
saudáveis, mas que possuem dificuldades em se separar. Existem mulheres que se
entregam demais a relação e vivem em função do relacionamento, que muitas vezes
não estão lhe fazendo bem.
Por mais de um
ano na lista dos mais vendidos do The New York Times, o livro de Robin Norwood,
Mulheres que amam demais traça um manual de sobrevivência para quem não sabe,
mas está em um relacionamento destrutivo, e ensina o caminho para sair desta
armadilha perigosa. A autora é terapeuta de casal e pôde identificar
tais mulheres quando foi trabalhar com alcoolismo, observou que os homens eram
viciados na bebida alcoólica e suas companheiras viciadas em relacionamento.
No livro
tinha o caso de Jill que foi casada por um tempo e foi obcecada por seu marido,
queria fazer tudo para agrada-lo, mas ele sumia por dias. E ela parou de lhe
questionar o porquê, pois ele a agredia fisicamente quando ela o fazia, só conseguiu
sair da relação quando ele encontrou outra mulher para se relacionar. Assim
como outros casos foram citados pela a autora para exemplificar o amor patológico.
Segundo o livro as
características de mulheres que amam demais é: pessoas que vêm de famílias com
problemas emocionais em que suas necessidades nesta área não foram satisfeitas;
tentam suprir essas necessidades insatisfeitas através de um companheiro,
tornando-se superatenciosas; como não puderam transformar seus pais nas pessoas
amáveis de que precisavam reagem fortemente ao tipo de homem familiar mas
inacessível, tentam transforma-lo através de seu amor; com medo de serem
abandonadas, fazem qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento; quase
nada se torna problema, se for para
"ajudar" o homem com quem está envolvida;
Habituadas à falta de amor
em relacionamentos pessoais, estão dispostas a terem paciência, tentando
agradar cada vez mais; arcam com grande parte da responsabilidade do relacionamento; têm
auto-estima criticamente baixa e, no fundo, não acreditam que mereçam ser felizes;
como experimentaram pouca segurança na infância, têm uma necessidade
desesperadora de controlar seus homens; estão muito mais em contato com o sonho
de como o relacionamento poderia ser que com a realidade da situação; tendem
psicologicamente e, a se tornar dependente de drogas, álcool e/ou certos tipos
de alimento, principalmente doces; ao se envolverem em situações caóticas, emocionalmente,
evitam concentrar a responsabilidade em si próprias; tendem a terem momentos de depressão, e tentam
preveni-los através da agitação criada por um relacionamento instável; não
possuem atração por homens gentis, estáveis, seguros e que estão interessados nelas.(Norwood, 2011)
Muitas pessoas que vivem esse tipo de
relação têm medo de ficarem sozinhos, não valorizam a si mesmas, focam no status de
estar uma relação custe o que custar por medo do abandono e da dor da separação.
A dependência emocional acontece quando alguém depende de outro para ser
feliz, para se sentir bem, para se sentir amada, para tomar suas próprias
decisões.
Assim como a dependência emocional é presente nas
mulheres, ela aparece nos homens através do sentimento de posse. O parceiro
sente ciúmes doentio pela parceira, a afastando de sua família, amigos. Esses
ciúmes pode vir de insegurança, baixa auto-estima,
imaturidade emocional, pode acarretar na pessoa algumas patologias e
sentimentos: como ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança,
humilhação, perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual e desejo de vingança.(Regina,
2016)
No post que fiz sobre
violência doméstica pude citar um pouco sobre relacionamentos abusivos, mas
aqui pretendo explorar as consequências deste tipo de relacionamento para a
vítima, os problemas de saúde mais referidos por pessoas que vivenciaram esse
tipo de relação: depressão, ansiedade, pânico, dor crônica, bruxismo,
alterações hormonais, perda ou ganho exagerado de peso, distúrbios alimentares
tais como anorexia e bulimia, distúrbios do sono, insuficiência respiratória,
asma, alopecia (queda anormal dos cabelos), fibromialgia, taquicardia,
problemas intestinais, incontinência urinária, candidíase recorrente, aborto
espontâneo, infarto, AVC e câncer. É importante ressaltar que o
transtorno de personalidade narcísica é um dos principais que afetam os
autores de violência psicológica. (Rocha, 2016)
O que é transtorno de
personalidade narcísica?
O transtorno de
personalidade narcisista é caracterizado por um padrão invasivo de
grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia, que começa na idade
adulta. Indivíduos narcisistas são caracterizados por fantasias irreais de
sucesso e senso de serem únicos, hipersensibilidade à avaliação de outros,
sentimentos de autoridade. Frequentemente apresentam sentimento de
superioridade, exagero de suas capacidades e talentos, necessidade de atenção,
arrogância e comportamentos autorreferentes. Adaptam-se às exigências morais do
ambiente como preço a pagar pela admiração; porém, tem sérias distorções em
suas relações internas com outras pessoas. (Maltoni, 2017)
O relacionamento tóxico
faz mal para o casal, tanto para pessoa que ama demais, ou é submissa quanto
para o parceiro. Os dois precisam de ajuda, para mudar é preciso do auxílio de um
profissional. Durante o processo terapêutico a pessoa poderá entender seus
padrões comportamentais e evitar novas armadilhas.
"Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde
tudo é aceito, desconfio que há falta de amor." Vladimir
Maiakóvski
Finalizo com o vídeo do
grupo MADA(Mulheres que Amam Demais). Que seria na mesma perspectiva dos alcoólicos anônimos mas, é voltado
para mulheres que sofrem de dependência emocional de parceiro ou de algum parente.
Referências
ResponderExcluirObrigado. Seus emails me ajudaram muito.
Meu ex voltou e agora estamos mais felizes do que nunca. Adicionamos um novo membro à família (menino de 1 ano) 🙂
e estamos prontos para nos mudar para nossa nova casa.
obrigado. caso você tenha problemas em seu relacionamento, recomendo estas informações de contato ((templeofanswer@hotmail.co.uk / whatsapp 2348155425481))
Claudia Hall